Que
saudade da infância.
Tempo
em que tinha todas as tardes livres. Quando não estava brincando, estava
assistindo TV ou então dormindo. Não sabia o que era conta pra pagar nem muito
menos o valor do dinheiro.
Preocupação
não fazia parte do meu vocabulário, e nem do sumário. Completamente diferente
dos dias atuais.
Lembro-me
das tardes na casa da vovó, alguns primos e diversas brincadeiras, mas não era
melhor que os domingos quando estava a família toda reunida: primos, tios,
agregados e quem mais quisesse chegar.
Televisão
só passava a existir quando eu estava só. Quando tinha pelo menos um primo
comigo, queríamos era brincar na rua, na chuva... na fazenda não, pois nessa
época meus avós já não a possuía. Recordo-me que as brincadeiras eram muito
mais interessantes, mais divertidas. - Sete pecados, baleado, barra bandeira,
amarelinha, cinco cortes, esconde-esconde... - Como dá pra perceber as
brincadeiras nunca eram dentro de casa, lá só entrávamos quando alguém chamava.
Ah!
Que tempo bom que não volta mais. Agora só resta na lembrança e nas fotografias
guardadas na gaveta.
Hoje
tudo mudou, tanto para mim quanto para as crianças atuais. Para mim as
responsabilidades aumentaram, os problemas apareceram, a preocupação está
sempre presente. As brincadeiras agora são em volta de uma mesa, contando piada
ou relembrando situações engraçadas do passado. São os momentos mais felizes
atualmente.
Para
as crianças de hoje as brincadeiras de outrora já não tem mais graça. Brincar
na rua por quê? Melhor é ficar dentro de um quadrado assistindo TV ou acessando
a internet. Se bem que com tanta violência e bandidagem que há atualmente é
mais seguro ver os nossos filhos dentro de casa mesmo.
Instinto
de sobrevivência.
Quando
criança eu queria ser adulto, hoje adulto luto para não perder a criança que
ainda existe em mim. A minha infância sempre vai existir, agora dentro de mim,
nas lembranças e nas saudades. Que eu nunca esqueça o que aprendi e o que senti
quando criança. Só assim serei um adulto muito mais feliz e livre.
Ainda
assim continuo com uma baita saudade da infância, a gaveta abriu e não quer
fechar.